3 anos do surto

Para infectologista, estudo ajudaria a entender realidade atual da toxoplasmose aqui

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Foto: Arquivo/Diário 

A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que muitas doenças, como a toxoplasmose, são negligenciadas, em todo o mundo, inclusive no Brasil. No entanto, não há estudos no país e nem a nível local que aponte qual a incidência e prevalência da toxoplasmose. Nos Estados Unidos, esse índice é de 40%. Por aqui, estima-se que 80% dos brasileiros já tenha tido contato com a doença. 

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Para o médico infectologista clínico Thiego Cavalheiro, que esteve na linha de frente do surto em Santa Maria em 2018, falta aos órgãos de saúde criarem estratégias proativas para reconhecer o perfil e a penetrabilidade da doença na população brasileira e santa-mariense.

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- A vigilância em saúde acaba só demonstrando os casos que foram notificados. Mas por outro lado, o que deveríamos promover é um estudo estatístico. Poderia ser feita a amostragem de soroprevalência da população para saber, aqui na cidade, qual seria a realidade atual, diferente do que tínhamos três anos atrás - defende.

Segundo o médico, uma rede de vigilância de doenças infecciosas permanente poderia contribuir para a prevenção não só da toxoplasmose, como de outras doenças com potencial de transmissibilidade, como a dengue, o que facilitaria monitorar os fatores de risco da população.

- Os órgãos de controle sanitário, como um todo, não conseguiram controlar a transmissibilidade da toxoplasmose, tanto que o Brasil é um dos países que têm a maior soroprevalência do mundo. E isso só acontece porque o ciclo do protozoário não é devidamente tratado como deveria ser. A maioria dos casos acontece de forma assintomática, mas isso é só a ponta do iceberg. Há muitas pessoas que tiveram toxoplasmose naquele momento e que não desenvolveram sintomas e nós nem sequer sabemos. Teria que ser feito um estudo epidemiológico adequado - esclarece.

EDUCAÇÃO
A promoção da educação desde o Ensino Fundamental é apontada como uma das saídas para prevenir atitudes equivocadas e evitar a contaminação, diz Cavalheiro.

- Isso seria uma utopia da minha parte, mas temos dois centros universitários e uma rede de saúde pública que poderiam cooperar para uma maior efetividade. Eu sou um entusiasta de promoção de educação em saúde para a população. Os órgãos públicos e privados deveriam cada vez mais promover isso, desde o Ensino Fundamental, para que se possa aprender a como se cuidar mais, a fazer a limpeza da caixa d'água... Isso é prevenção primária, é crucial - declara o médico.

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